Capoeira Liberdade

🏛️ Nossa História

A Associação Capoeira Liberdade surgiu em 1982 nas favelas do Cantagalo, Pavão e Pavãozinho, quando três jovens universitários da UFRJ — José Roberto Baños, Algemiro de Oliveira Júnior e Ricardo Marques de Oliveira (in memoriam) — uniram seus conhecimentos acadêmicos e vivências na capoeira com Mestres Baiano Anzol, Índio e Oscaranha. Com uma proposta pioneira, iniciaram o ensino da capoeira como instrumento de transformação social em territórios de vulnerabilidade na zona sul do Rio de Janeiro.

Mais do que ensinar golpes e ritmos, o Capoeira Liberdade propõe uma formação crítica e consciente. A capoeira é compreendida como uma linguagem de luta e expressão do povo oprimido, cujos gestos corporais dialogam com o passado escravocrata e com os desafios do presente. Por isso, seus princípios não são rígidos, mas caminhos para reflexão, pertencimento e emancipação.

Mestre Beto Mestre Fundador da Associação Capoeira Liberdade

Metodologia

A metodologia da Capoeira Liberdade combina os fundamentos da capoeira Regional, de Mestre Bimba, com os da capoeira Angola, difundida por Mestre Pastinha. Mais do que ensinar golpes e movimentos, essa abordagem valoriza a capoeira como expressão cultural, resistência e herança da luta do povo negro no Brasil.

A capoeira é compreendida como um diálogo corporal entre oprimido e opressor, cujos gestos revelam histórias e identidades. Por isso, seus ensinamentos não seguem padrões rígidos, mas orientam reflexões sobre o contexto histórico e social que molda cada aluno.

A prática envolve não apenas o domínio técnico e físico, mas também a musicalidade, os rituais, os instrumentos e os valores éticos que compõem a tradição. Estimula-se o respeito, a criatividade e o desenvolvimento do estilo individual em um ambiente inclusivo e acolhedor.

Mais do que formar capoeiristas habilidosos, buscamos formar guardiões da cultura da capoeira, conscientes de seu papel histórico e social.

Sistema de Graduação

O sistema de graduação da Capoeira Liberdade respeita a tradição da capoeira regional e sua evolução histórica, utilizando cordas coloridas para representar a progressão técnica e o amadurecimento dos alunos.

Cada cor carrega um simbolismo e é atribuída com base em avaliações práticas, participação e comprometimento. A transição entre as cordas busca estimular o crescimento individual e coletivo, promovendo valores como respeito, disciplina e consciência corporal.